No delírio da irrealidade, acordei consciente que o tempo correu, mas ficou no passado, que hoje é presente. Sem qualquer maldade, mostrou o que fui e já não sou. Passou apressado com o vento dos anos e com ele carregou os sonhos de antigamente.
No sopro do agora deixou o medo de viver. Nesse passado que ficou perdido em muitos lugares, com diferentes nomes, deixou mágoas, esperanças, sombras, risos e choros.
Nas voltas que esse tempo dá, buscam encontrar aquilo que foi e já não é, mesmo sabendo que nada mais será igual ao que era, e nunca voltará a ser o que passou por nossas vidas, pois não é o tempo que nos para, somos nós que paramos no tempo.
Desse giro implacável e sem volta, brota a angústia do tempo perdido em vãs tentativas de reencontros. São histórias passadas de risos e vozes que marcaram íntimas relações, que trazem ao presente o ontem, amado ou sofrido, de toda uma vida.
Persegue-se então, o sonho impossível que termina no mesmo instante que percebemos o vazio do tempo.